Todo o empresário precisa de recursos financeiros para gerir seu negócio. A gestão desses recursos fará com que os empreendimentos obtenham sucesso ou não, pois gestão financeira é coisa séria e não há outra forma de prosperidade que não seja através dessa ação.
Uma empresa possui várias fases, ou momentos de gestão, onde a energia do pessoal sofre uma instabilidade muito grande, pois os desafios são muitos. A aplicação dos recursos financeiros devem acompanhar o objetivo da empresa, e cabe o planejamento estratégico da administração apontar a direção que a empresa tomará.
Para tanto, é necessário financiar esses movimentos, para que alguém possa gerir recursos financeiros, é preciso que eles existam, e encontrar a fonte desses recursos nunca foi tão complexo como nos dias de hoje, tendo em vista as diversas possibilidades que existem.
Foi-se o tempo em que nossas únicas opções para captação de recursos financeiros eram o nosso dinheiro ou o do banco. Nem sempre o capital próprio é a melhor opção, e nem de longe um financiamento bancário sinônimo de problema financeiro.
Veja agora as 10 principais formas de captação de recursos e porque muitas vezes a contratação de uma ou outra depende desde cenários macroeconômicos, passando pela atividade fim da empresa, até o nível de score ou garantias do cliente.
1 – Capital Próprio
Engana-se quem acha que o investimento do próprio bolso é o recurso mais barato que existe. Em teoria de finanças existe um termo conhecido como taxa de atratividade ou custo oportunidade, que é utilizada como taxa de desconto em finanças corporativas.
Esse custo é basicamente quanto o investidor poderia auferir de retorno no mercado financeiro tradicional caso não quisesse correr risco. Portanto, se levarmos em conta uma SELIC de 10%, podemos comparar outras formas de financiar nosso negócio a um custo mais barato.
Obviamente que o recurso próprio é sempre uma boa opção pois, além do investidor não precisar firmar um contrato que gere despesa financeira (juros, impostos) diretamente, também é uma forma de mostrar que se acredita no próprio negócio, colocando sua pele em risco. No entanto não podemos considerar de forma absoluta que esse é o melhor recurso, porque existem cenários em que o capital de terceiros pode superá-lo.
2 – Familiares e Amigos
Essa opção caseira é bem típica e acredite: Muitas empresas de sucesso começaram com esse formato. As vantagens são enormes, pois além do empresário se livrar dos ritos e burocracias de instituições financeiras, o custo financeiro ou o prazo tendem a ser mais atrativos do que o mercado tradicional.
Além disso, há a questão da proximidade e identificação de habilidades. Ou seja, o familiar ou amigo conhece o empresário e sabe do resultado que pode ser gerado, além é claro da relação de confiança que existe ali, dispensando as garantias exigidas em um contrato bancário, além de deixar o score bancário do tomador inalterado, caso ele necessite de mais crédito ali na frente.
Claro que existem muitas histórias de ditados populares como “negócios são negócios, amizade a parte” ou “prefiro perder o amigo e não o dinheiro”, mas do ponto de vista de uma empresa que precisa de recursos, esse tipo de negócio geralmente será bem vindo.
3 – Empréstimo e Financiamento Bancário
O mais popular e mais comum modo é através dos bancos ou instituições financeiras. Isso se da simplesmente porque existe um mercado enorme e competitivo entre essas instituições que brigam todos os dias para emprestar dinheiro para as empresas.
De maneira muito simples, a vantagem dessa opção se dá através da condição desse crédito, que pode ser avaliado através de taxa e prazo. O subsídio dessa oferta está no histórico de pagamento, score bancário, patrimônio líquido, capacidade de pagamento, entre outros pontos a serem analisados pelo comitê de crédito.
Lembrando que o Financiamento tende a gerar menos despesa financeira para o tomador devido ao envolvimento de garantia real, coisa que não acontece nos empréstimos que são créditos mais caros devido ao maior risco de inadimplência.
4 – Crowdfunding
A famosa vaquinha virtual ganhou popularidade com causas sociais que eram negligenciadas por instituições financeiras, governos e a sociedade como um todo. Esse financiamento coletivo ganhou força com a internet que possibilitou pessoas defenderem seus projetos publicamente e de forma mais organizada e profissional.
O projeto em questão não necessariamente precisa ser algo que vislumbre cunho social, afinal essa modalidade transcorre no livre mercado onde tudo é possível através da capacidade do tomador de persuadir outras pessoas.
Obviamente que o plano de captação de recursos para esse projeto deve elencar as metas, prazos e o retorno dos doadores. Esse prospecto pode estabelecer cláusulas de devolução dos recursos para os doadores, como uma espécie de “garantia” aplicada nos bancos.
5 – Investidor Anjo
Utilizado geralmente no início de negócios, o investidor geralmente compra a idéia do negócio e ajuda o empreendedor a crescer. Essa “rodada de negócios” deve continuar acontecendo ao longo do tempo, em que a empresa vai se estruturando e apresentando seus resultados e detalhando de que forma atingiu.
Essa ajuda do investidor anjo pode se dar de várias formas. Desde o networking do mesmo, até a experiência e habilidades de gestão que ele tem, pois a estratégia e as janelas de oportunidades que podem surgir através de um nome de peso na empresa, são diversos.
Esse investidor é profissional. Ele possui regras claras de atuação e tem interesse em empresas de crescimento rápido, tais como startups com modelos de negócios de fácil escalonamento.
6 – Venture Capital
Conhecido também como capital de risco, essa modalidade é um pouco semelhante ao investidor anjo, no sentido de que ele ajuda a empresa com orientação, estratégia e networking.
No entanto, essa modalidade difere bastante do investidor anjo no que tange a etapa da empresa. Venture capital geralmente aplica em empresas que já apresentam faturamento e resultados consistentes, ou seja, negócios com gestão financeira mais tangível e aparentemente com maior grau de previsibilidade.
Em síntese, esse fundo de investimento coloca recursos na empresa em troca de participação nas cotas da empresa, pois o intuito é estimular o crescimento da mesma e colher bons frutos no médio e longo prazo.
7 – Peer-to-peer
O empréstimo P2P é realizado através de fintechs de crédito. Elas são uma plataforma que conecta o tomador de crédito com o investidor, ou seja, quem aplica o recurso.
O objetivo dessa modalidade é liberar um recurso rápido, prático e seguro de forma online. Para tanto, é necessário captar investidores e oferecer uma taxa de retorno competitiva e transparente para eles. Após a captação desse recurso, a empresa já possui o funding para iniciar o processo de empréstimo.
Agora a plataforma deve buscar clientes, avaliar a capacidade de pagamento deles e oferecer um produto que gere resultado financeiro para a empresa, afim rentabilizar o investidor e manter o ciclo virtuoso de investimento em uma ponta e concessão de empréstimo na outra ponta.
8 – IPO
O ápice da captação de recursos e o auge de uma empresa. O IPO é quando sua empresa é listada na bolsa de valores. Ou seja, é feita um leilão no mercado primário, e logo as ações dessa empresa está no home broker dos investidores disponíveis para serem adquiridas e vendidas.
Obviamente que para chegarmos nesse nível, os critérios e exigências são extremamente complexos e rigorosos, tornando a realização desse sonho praticamente impossível para a maioria das empresas, pois somente empresas muito grandes e bem estruturadas conseguem auferir recursos nesta modalidade.
Conclusão
Essas não são todas a formas de captação de recursos, mas são modalidades bem difundidas no ambiente econômico-financeiro atual. A melhor modalidade geralmente será a mais rentável, ou seja, a que gere menor despesa financeira para as empresas. Isso não pode ser considerado em termos absolutos porque não podemos prever o futuro. Entenda:
Podemos conseguir um investimento com uma baixa despesa financeira hoje, mas ao longo dos anos, esse preço pode ter sido uma parte da minha empresa, que pode valer 10x a taxa que eu poderia ter pago na época. Outra forma de avaliação se da no montante que é necessário para viabilizar o negócio, que muitas vezes pode estar assimétrico com a condição desse crédito.
Portanto antes de captar recurso para sua empresa, tenha em mente um propósito bem claro e procure assessoria financeira que possua conhecimento de causa e possa identificar as melhores oportunidades, pois a única forma de descobri-las é efetuando projeções financeiras que atendam as premissas ofertadas pelos agentes de crédito que possam lhe mostrar qual o cenário mais em conta.
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