Não há como escapar da ação do tempo, essa máxima vale tanto para nossas vidas como para os nossos bens. O termo depreciação de bens, no que tange à contabilidade e gestão patrimonial, se refere ao desgaste natural e a perda de valor que os ativos sofrem em empresas. Não é fácil mensurar a depreciação de bens, porém esse é um efeito sentido rapidamente, principalmente nos últimos anos em que a tecnologia apresenta novos e mais eficientes modelos de máquinas e produtos.
Esse pode ser um termo novo para muitos gestores iniciantes, porém o cálculo de depreciação de bens precisa entrar nos processos de gestão estratégica de uma empresa. A mensuração da depreciação também é interessante, pois a medida que o bem vai depreciando, a empresa deve arcar com menos custos de imposto sobre o mesmo. Pode-se aproximar esse cálculo de depreciação, para compreender melhor, como se fosse a compra de um carro. Sabe-se que imediatamente após o veículo sair da concessionária, ele já está perdendo valor de mercado e, que quanto mais velho, menores as taxas de impostos. Essa regra vale também para os bens corporativos.
Se o bem adquirido está perdendo valor em termos de pagamento de impostos, isso significa que os gestores podem calcular essa economia como capital a ser investido na compra de um novo bem. Essas previsões precisam entrar nos projetos da gestão patrimonial, para serem bem administradas. Desse modo, tradicionalmente a depreciação/desvalorização dos bens deve ser calculada anualmente e estar sob a responsabilidade dos gestores e contabilistas da empresa. A taxa de depreciação anual deve ser fixada pela contabilidade em função do prazo em que se imagina que o bem ainda poderá ser utilizado.
Quando se realiza a gestão patrimonial de forma profissional, alguns cálculos e modelos são utilizados para precisar essa perda. Conheça alguns modelos mais popularmente conhecidos para mensurar esses resultados:
DEPRECIAÇÃO LINEAR
Nesse modelo, o cálculo de depreciação é feito a partir da aplicação de uma taxa de desvalorização constante sobre o bem, que anualmente perde o mesmo valor de forma linear. Leva-se em consideração a vida útil média do bem para realizar uma porcentagem adequada. Por exemplo: estima-se o valor inicial do bem em 100% (0% de desgaste), considerando que o tempo de útil, seja, hipoteticamente de 5 anos, a depreciação linear deste bem deve ser calculada incluindo a perda de 20% ao ano.
Quando a empresa utiliza o cálculo de depreciação linear, ela não leva em consideração ações externas, falhas ou problemas que possam ocorrer ao longo desse período, somente o desgaste contínuo sofrido. Trata-se de um cálculo simples e fácil de ser mensurado, um modelo clássico adotado em muitas empresas.
DEPRECIAÇÃO POR USO
Nessa categoria, consideram-se fatores mais complexos do que somente o desgaste natural, mas estima-se também o desgaste por uso contínuo de um bem. Esse é um modelo frequentemente adotado por empresas que utilizam máquinas mais sofisticadas ou que usam modelos de trabalho em linha de produção. Para realizar a previsão de depreciação por uso, são calculadas uma média de quantas unidades uma máquina é capaz de produzir durante a sua vida útil e ela vai depreciando de modo não linear a medida que for produzindo.
De forma hipotética, vejamos um exemplo: Se uma máquina for capaz de fabricar, ao longo de sua vida útil, 500.000 peças, e ela tiver produzido em um ano 250.000, significa que ao longo desse um ano ela perdeu 50% do seu valor.
DEPRECIAÇÃO ACELERADA
Esse cálculo também é utilizado para empresas que utilizam linhas de produção e montagem em larga escala, pois ele leva em consideração o quanto uma máquina ou veículo produz durante 8 horas diárias, no máximo. Porém, há empresas que funcionam em dois ou três turnos de trabalho utilizando esses ativos de forma contínua e ininterrupta, o que acelera o processo de desgaste. Para esses casos, o cálculo deve ser realizado utilizando a média de horas e número de operadores que fazem uso do equipamento. Seguindo categorias de nível, tais como: uso de até 8h diárias ou mais de 16h diárias.
PENSAR A CURTO, MÉDIO E LONGO PRAZO
Nos modelos de depreciação para contabilidade, ainda há outras divisões nos imobilizados, como desgaste natural das instalações, da necessidade de reformas do prédio, entre outros. Percebe-se, então, a partir desses modelos de cálculo, que mensurar o índice de depreciação não é tão simples quanto parece, e, para se chegar a um resultado confiável, é indispensável a ajuda de profissionais.
Esses números alcançados a partir de fórmulas e modelos de produção permitem que a empresa se organize estrategicamente para realizar investimentos continuamente, sem apertar o caixa. Além disso, não é possível realizar o cálculo da depreciação de bens sem o conhecimento específico e profissional a respeito do assunto. A fim de controlar essas taxas, há uma legislação específica para isso, criada pelo governo, que institui padrões em uma lista de bens diversos, o qual o gestor deve ter amplo conhecimento.
Não há como realizar o balanço patrimonial sem mencionar esse tipo de cálculo nas previsões, que oferecem ao gestor uma visão de como estão organizadas as estruturas atuais da empresa e quando deverão ser substituídas. A gestão eficiente trabalha com números e planejamentos que envolvem decisões a curto médio e longo prazo, portanto o cálculo de depreciação é imprescindível em uma empresa que pretenda se manter ativa de forma saudável ao longo do tempo.
O cálculo de depreciação influencia também diretamente na precificação dos produtos, pois se uma máquina adquirida tem previsão média de duração de 5 anos e depois desse período precisará ser trocada ou consertada, necessitando de investimento, esse valor deve entrar nos cálculos de produção e ser repassado como valor ao produto, ajudando, inclusive, a estabelecer a precificação correta. Porém, se o desgaste se refere as instalações do local, que nada tem a ver com os custos de produção, esse valor deve ser encarado como um investimento.
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