“Billions”: 4 insights de finanças que aprendemos com a série da Netflix

Você já percebeu que, após assistirmos uma série que amamos, parecemos motivados após o final de um episódio, como se tivéssemos aprendido algo que podemos colocar em prática em nossa vida pessoal ou profissional? Você já sentiu isso?

Nossa intenção é mostrar o quão oportuno é utilizar do aprendizado dessas séries icônicas que, de alguma forma, nos conquistaram, mesmo que seja necessário algum esforço para organizar as ideias. 

Billions é uma das séries mais incríveis que existe e, dentre todas as maravilhas que nos proporciona, mostra um embate entre titãs do mercado financeiro e do judiciário. O poder do dinheiro versus o poder da lei. Aquele velho dilema dos gananciosos: poder ou dinheiro? O que é mais importante?

A resposta pode ser encontrada dentro dos enigmas que a trama nos proporciona, mas o que será abordado no texto serão os insights sobre finanças comportamentais que a série apresenta. Destacamos os 4 principais personagens que possuem suas habilidades distintas e a usam para atingirem seus objetivos. Mas o que os motiva? Talvez seja essa a grande questão.

Axel: arrojado e instintivo

Bobby Axelroad (Damian Lewis) em Billions

A natureza não me selecionou. Eu me selecionei ao dominar a minha natureza” – Bobby Axelroad

Essa é uma das muitas frases de impacto que Bobby profere. O bilionário tem um perfil arrojado e instintivo. Age de acordo com sua fé inabalável. O foco dele é em destruir os oponentes para sobreviver na “seleção natural do capitalismo”. Essa é a sua motivação, portanto, procura adversários a altura para se sentir estimulado ao ponto de utilizar todo o seu repertório e vencer.

A questão aqui é ser agressivo ao ponto de assustar possíveis oponentes fazendo com que eles sequer entrem na arena. Fica muito claro que a única coisa que importa são os negócios. Família, filhos, amigos? Bobby não tem tempo para essas coisas, ele está muito ocupado caçando.

Nas finanças…

A origem da riqueza de Bobby foi operar vendido na tragédia do 11 de setembro. Ou seja, frieza para aproveitar as oportunidades e sagacidade para se impor e responder por elas no futuro. O que aprendemos com Axel nas finanças é que as propostas não permanecem em cima da mesa para sempre, mas estão ali por que existe algum tipo de fragilidade de um lado ou vantagem competitiva do nosso. Existe um time para os negócios e precisamos estar atento a ele.

Taylor: moderado e racional

Billions' star Asia Kate Dillon on gender identity and fan ...
Taylor Mason, interpretado por Asia Kate Dillon, na série Billions

“Eu conheço por experiência própria o gosto amargo de abrir mão das coisas por um bem maior. É nojento, nós ficamos arrepiados e trememos. Mas, no dia seguinte, você acorda com a mente tranquila porque protegeu o que é para sempre.” – Taylor

Um típico raciocínio de Taylor. Proprietária de uma capacidade intelectual brilhante e desproporcionalmente acima da média, começou como estagiária até se tornar a principal concorrente da Axe Capital. Um perfil moderado e racional. Analítica ao extremo, utiliza o raciocínio lógico para decifrar enigmas matemáticos e algorítimos.

O que ela não contava é que desvendar mentes é o que realmente faz com que se ganhe esse tipo de jogo. Age de acordo com as probabilidades e com foco na superação de si mesma. Aprendeu que não se deve travar batalhas pessoais e, sim, focar no que interessa, que é superar o mercado. Se a competição não é lucrativa, não tem por que existir.

Nas finanças…

Confesso que gostaria muito de ter Taylor na minha equipe como analista financeiro. Sua velocidade e capacidade de linkar o que está por trás de todas as movimentações financeiras faz com que ela seja esse fenômeno. O que ela nos ensina em finanças é que nada é o que parece, e que mesmo que saibamos tudo de finanças, sempre podemos ser surpreendidos, porque sempre há algo por trás dos números. Odesafio aqui é enxergar além deles.

Wendy: perfil analítico e inteligência emocional

She's Worth Billions | Cigar Aficionado
A rainha da telepatia em Billions, Wendy Rhoades (Maggie Siff)

“Existe uma distância entre pensamento racional e ato racional, entre software e hardware. O problema do mundo real: pessoas de verdade.” – Wendy

Estamos falando da rainha da telepatia. Inteligência emocional talvez seja a principal característica dessa fortaleza que aguentou três temporadas no meio da guerra dos titãs, casada com um e empregada do outro. Acabou desempenhando ambos os papéis de forma brilhante, mas pagou caro por isso. O perfil analítico mostra a vantagem competitiva que ela tem ainda antes de começar uma conversa.

Age de acordo com seus valores mesmo com todo o arsenal de conhecimento analítico da mente humana. Aprendeu que não é possível ficar em cima do muro e que é preciso ter um lado. No fim das coisas, mesmo sabendo o que fazer, ela acaba agindo de acordo com sua consciência, arcando com as consequências.

Nas finanças…

Apesar de não ser do mercado financeiro e não ser investidora, sua habilidade talvez seja a mais importante de todas: decifrar mentes. Não existe negócio, empresa ou produto. Existem pessoas. Sempre haverá um humano por trás de tudo, principalmente quando vamos fazer grandes negócios, com vultuosas quantias de dinheiro. Sempre haverá uma mente cheia de enigmas prestes a ser desvendada. Para que consigamos uma vantagem naquele momento, sentado à mesa com um contrato e uma caneta, saber se movimentar da maneira correta será sempre crucial.  

 

Chuck: o arrojado

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Chuck (Pául Giamatti) é o promotor-chefe de um dos distritos mais importantes de Nova York na série Billions

“Criei um código. Um jeito de poder “matar” pelos motivos justos. Deixarei de lado minha necessidade de dominar e vencer em nome da justiça e de acordo com ela.” – Chuck 

Com certeza o perfil mais dissimulado de todos. Uma mistura de homem da lei (que representa os valores e a ética do seu país) com um sadomasoquista. Mais do que isso: quando a ferida que devia envergonhá-lo se torna uma arma de popularidade, ele aceita usá-la. Doa a quem doer.

Arrojado com uma carga emocional grande, com raízes na família. Age de acordo com suas emoções redirecionando seu potencial para o que lhe é conveniente. Aprendeu que o preço da sua vitória foi tudo o que tinha e que agora vai continuar fazendo o que sabe mas da maneira menos arriscada.

Nas finanças…

Também não trabalha no mercado financeiro, mas nos ensina muito sobre finanças. Em uma aula, ele fala para os alunos sobre a importância da prática processual, não aquela da teoria e dos filmes, mas aquela onde o detalhe e a vantagem mudam em segundos. O networking, a forma como persuadir, ameaçar e, obviamente, o domínio da lei como bússola para os movimentos certos fará de você uma autoridade. O resultado financeiro virá naturalmente, pois quando pessoas importantes precisam de você, elas estão dispostas a pagar por isso. 

Resumo da ópera (ou da série)

O único resultado democrático que todos esses personagens conseguiram foi, de diferentes formas, arranhar suas reputações e empurrar seus afetos ladeira abaixo. Famílias foram destruídas, casamentos que existiam não existem mais e os que poderiam existir também se foram. O grande aprendizado aqui é o que a ganância pode nos oferecer, além de um carinho no ego. Ou seja, o custo e o prejuízo sempre acabam sendo repassados para as pessoas nas quais possuímos afeto. É inteligente aprender com os personagens aquilo que eles têm a nos oferecer, mas fica explícito que sempre existem limites e que o preço que se paga por essa ousadia pode ser muito alto.

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